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terça-feira, 31 de maio de 2011

Humildade acima de tudo

Verso para memorizar: "Ouçam as minhas palavras: Quando entre vocês há um profeta do Senhor, a ele me revelo em visões, em sonhos falo com ele. Não é assim, porém, com meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. Com ele falo face a face, claramente, e não por enigmas; e ele vê a forma do Senhor. Por que não temeram criticar meu servo Moisés? "   Números 12:6-8

Textos para a semana: Historia Biblica: Números 11 e 12 e Levítico 10:1-11. Comentario: Patriarcas e Profetas, capitulo 31 e 33.

“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra”. (II Cr. 7:14).
Miriã e Arão se revoltaram contra Moisés. Lemos que eles criticaram Moisés porque este tomara uma mulher estrangeira para ser sua esposa. Eles ofenderam Moisés por causa deste problema particular. Porém não era este o problema principal que os levou à revolta contra Moisés. A mulher estrangeira (cuxita) foi apenas um pretexto, uma brecha que eles acharam para revelar o motivo principal de sua grande revolta contra Moisés. Que motivo era este? Qual era o problema principal de Arão e Miriã com relação a Moisés? Eles não estavam contentes com o segundo lugar que Deus lhes havia designado, mas pretendiam alcançar uma posição superior. Mesmo tendo uma posição de liderança, Arão e Miriã estavam insatisfeitos e cheios de inveja quanto à posição que Deus deu a Moisés na liderança do povo. Isso se torna evidente nas palavras deles: “Tem falado o SENHOR somente por Moisés? Não tem falado também por nós?” Em outras palavras, eles estavam dizendo: “Quem Moisés pensa que é? Ele acha que vai governar sozinho? Nós também não somos líderes à altura dele?”

Podemos aprender algo muito importante. Cada um de nós deve reconhecer qual é a nossa posição na vida e no trabalho para Deus e contentar-se com ela. Devemos ser humildes e fiéis na posição que Deus nos colocou. Devemos esperar no Senhor que chama as pessoas certas na hora certa para desempenharem a tarefa que ele tem designado para cada um. Observe ainda um outro detalhe do nosso texto. Vemos que Moisés foi vítima das críticas e acusações do seu irmão. Mas como ele reagiu? Será que ele discutiu de imediato? Talvez dizendo: “Procurem o lugar de vocês! Eu sou maior que vocês! Obedeçam-me e parem de me criticar!” Não. Moisés não falou assim.

Diante das críticas de seus próprios irmãos, ele agiu com mansidão e humildade pois “era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra”. Moisés suportou com paciência as ofensas que lhe foram dirigidas por Arão e Miriã. Aqui nesta situação, Moisés nos dá uma grande lição de humildade. Como nós agimos diante das críticas e acusações que recebemos? Precisamos ser mansos. A mansidão é um aspecto do fruto do Espírito Santo e, portanto, deve caracterizar a vida dos filhos de Deus que são guiados pelo Espírito de Deus. Os mansos esperam em Deus e sabem que Deus está atento às suas aflições. Ao agir com mansidão, Moisés entregou aquele problema com seus irmãos nas mãos do Senhor para que ele resolvesse, pois Deus, que é onisciente e onipresente, está observando dos céus o proceder de todos os homens e retribuirá a cada um segundo as suas ações.
Pense: “Nenhuma lágrima é vertida sem que Deus a note. Não há sorriso que Ele não perceba”. MCP, 12
Desafio: Deixe Deus resolver seus problemas por maiores que forem.

O retorno

Apesar da história do filho pródigo vir sendo contada por dois mil anos, ela ainda tem muito a nos ensinar sobre como Deus nos salva do pecado.

Como o Pai trata os pecadores (Lc 15:20). O filho parte para uma terra distante, leva uma vida inconsequente e aventureira e desperdiça tudo de valor (literal e simbólico) que possuía. Somente quando ele se confronta com o fracasso e desespero, volta para casa, arrependido e desejoso de fazer qualquer coisa para conquistar novamente o favor de seu pai. No entanto, para sua surpresa e de outros, o pai o recebe em seus braços amorosos e perdoadores, sem perguntas. Nada sobre quantia de tempo, nada sobre quantia de dinheiro e absolutamente nada sobre sua rebelião poderia se interpor no caminho de sua paciência e amor incondicional por seu filho. “Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado” (Lc 15:24). Naturalmente, a impressionante mensagem aqui é que Deus é paciente e piedoso com todos nós, não importa o que tenhamos feito. Ele deseja nos receber em Seus braços amorosos.

A justiça do Pai (Lc 15:22-24). As roupas e o corpo do filho estavam um lixo quando ele voltou para casa – impregnados com a sujeira de seu suor e da imundícia do esterco dos porcos. Ainda assim o pai o abraçou e pediu roupas finas e joias para serem colocadas nele. O estado deplorável do filho representa nossa condição humana antes de irmos a Cristo. Somos pecadores por natureza, então nossos pensamentos, palavras, ações e desejos mancham nossa vida. As vestes do pai representam a pureza e a justiça de Jesus. Vestidos em Sua justiça, somos capazes de estar diante de nosso Criador, Salvador e Senhor. Deveríamos sempre nos lembrar de que não há nada que possamos fazer para receber Seu favor. As roupas limpas, o anel e o par de sapatos “não eram necessidades, mas símbolos especiais de favor. O pai não somente proveu as necessidades de seu filho, mas o honrou, e assim fazendo, deu evidências do amor e alegria que enchiam seu próprio coração” (The SDA Bible Commentary, v. 5, p. 821).

Nossa resposta (Lc 15:28–32). O irmão mais velho “algumas vezes é um oficial na igreja, um líder em grupos de reforma, um ‘cidadão-chave’. Ele pensa, ou pensará, que todas as outras raças são ‘inferiores’. Um homem sem trabalho é simplesmente um imprestável: ‘Eu sempre fui capaz de encontrar trabalho e sempre trabalhei duro.’ Um pródigo como o filho mais novo é apenas um vadio: ‘Na verdade você não pode fazer nada com eles’, ele diz” (The Interpreter’s Bible, v. 8, p. 279).

Como reagimos quando um pecador vem para Deus? Somos como o irmão mais velho? Muitas vezes cristãos maduros pensam que “recém-chegados” não são sinceros. Eles desconfiam dos recém-convertidos e se recusam a abraçá-los. Muitos não acreditam ou aceitam que outros assim como eles próprios precisam ou mesmo merecem a graça salvadora de Deus. Então, eles passam a ser obstáculos para as pessoas na igreja. Ao contrário do irmão do pródigo, precisamos aceitar aqueles que escolhem seguir ao Senhor. Precisamos ajudá-los e fazê-los se sentirem queridos. Quando o filho pródigo retornou ao lar, ele precisava de aceitação, e foi isso o que o pai lhe deu.


O amor que Deus concedeu aos que O amam é hoje, mais do que nunca, necessário no mundo. Muitas pessoas estão diariamente vindo até nós, e nossa reação para com elas determinará se ficarão na casa de Deus ou se retornarão para o país estrangeiro do pecado. Deus deseja que cada um de nós encontre salvação nEle. Ele nos oferece essa salvação e pede que dividamos essa oferta com os outros.

“Força e graça foram providas por meio de Cristo, sendo levadas pelos anjos ministradores a toda alma crente. Ninguém é tão pecaminoso que não possa encontrar força, pureza e justiça em Jesus, que por ele morreu. Cristo está desejoso de tirar-lhes as vestes manchadas e poluídas pelo pecado e vestir-lhes com os trajes brancos da justiça; Ele lhes ordena viver e não morrer” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 53).

Pense nisto

1. O convite para se juntar à família de Deus é estendido a cada um de nós. Como podemos nos assegurar de que estamos dividindo este convite com outros?
2. O filho pródigo teve que remover seus trapos imundos para aceitar o manto que seu pai lhe ofereceu. Que significado tem isso em nossa vida diária?
3. O que o filho pródigo teve que remover de sua vida?
4. Enquanto o pai foi capaz de perdoar o irmão mais novo, parece que o irmão mais velho não o perdoou. Como você acha que essa inabilidade para perdoar afetou a vida dele? Há alguém a quem você precise perdoar, mas não consegue? Como isso está afetando sua vida? Ore a Deus para que Ele lhe dê um espírito amoroso e perdoador.
5.
Lucas 15:20 diz que, mesmo ainda distante de casa, o pai o enxergou. O que isso nos fala sobre o pai e, portanto, sobre Deus?


Mãos à Bíblia

4. Compare a parábola do filho pródigo à da ovelha e da moeda perdidas. Qual é a diferença importante? Lc 15:4-10

A moeda e a ovelha não sabiam que estavam perdidas. Ainda que a ovelha tivesse consciência de estar perdida, não saberia voltar. No caso do filho pródigo, ele se afastou por escolha própria. Ao longo da história da salvação, Deus teve que lidar com os que, tendo luz, propositadamente se afastaram dessa luz e seguiram seu próprio caminho. A boa notícia dessa parábola é que, no caso dessas pessoas, o Senhor ainda estava disposto a restaurá-las à posição que tiveram antes, em Sua família da aliança. Porém, assim como o jovem escolheu sair de casa por sua própria vontade, ele teve que escolher voltar, por si mesmo. Conosco funciona da mesma forma.


Daniel OseweDistrito de Olembo, Quênia

Você pode voltar para casa

No início do século XX, o romancista Thomas Wolfe escreveu um clássico literário, You Can’t Go Home Again [Você não Pode Voltar para Casa], sobre um homem que deixa sua família de origem humilde no sul, vai para Nova York, faz sucesso como escritor, e depois procura retornar às suas raízes. Não foi uma transição fácil; daí o título do livro.

4. Na história do filho pródigo, quem é que faz a longa viagem para buscar a reconciliação? Compare com a parábola da ovelha perdida e da moeda perdida. Qual é a diferença importante? Lc 15:4-10


Talvez nas duas outras parábolas, os objetos perdidos nem mesmo soubessem que estavam perdidos (no caso da moeda, certamente), e não poderiam voltar, mesmo que tentassem. No caso do filho pródigo, ele se afastou da “verdade”, por assim dizer, e somente depois que se encontrava nas trevas (Jo 11:9, 10) percebeu quão perdido estava. Ao longo da história da salvação, Deus teve que lidar com os que, tendo luz, propositadamente se afastaram dessa luz e seguiram seu próprio caminho. A boa notícia dessa parábola é que, no caso dessas pessoas, mesmo as que viraram as costas para Deus, mesmo depois de ter conhecido Sua bondade e amor, o Senhor ainda estava disposto a restaurá-las à posição que tiveram antes, em Sua família da aliança. Porém, assim como o jovem escolheu sair de casa por sua própria livre vontade, ele teve que escolher voltar, por sua própria livre vontade. Conosco funciona da mesma forma.

O que é igualmente interessante sobre essas parábolas é o contexto em que foram ditas. Leia Lucas 15:1, 2. Observe as diferentes pessoas que estavam ouvindo o que Jesus dizia. Que mensagem poderosa deveria ser para nós o fato de que, em vez de apresentar advertências sobre eventos apocalípticos do tempo do fim ou sobre juízo e condenação sobre os impenitentes, Jesus falou por parábolas, mostrando o intenso amor e cuidado do Pai por todos os perdidos, independentemente do que os levou a essa condição.

Você conhece pessoas que se afastaram de Deus? Que esperança você pode tirar dessa história de que nem tudo está perdido? Qual é a importância da oração pelos que ainda não aprenderam a lição que o filho pródigo aprendeu de forma tão dolorosa?

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O telefone tocou...

(adaptado do texto do Pr. Wagner Antonio de Araújo)“O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (I Coríntios 13:4-7)

Alô?

Alô. Luciano?

Sim. Quem é?

Não conhece mais a minha voz?

Não estou conseguindo identificar. Quem está falando?

Nossa, como foi fácil pra você me esquecer... Acho que não tivemos muito significado...

Nathasha?!

Oi...

Que surpresa você me ligar! Pra quem disse que queria me esquecer para sempre ...

Vai ofender? Eu desligo!

Fique à vontade, querida. Quem ligou foi você mesmo...

Não, espere, não vou desligar. Desculpe. É que estou aborrecida, só isso.

Tá. E o que você quer?

Nada. Eu só queria ouvir sua voz.

Só? Então já ouviu. Mais alguma coisa?

Espere, pare de ser grosso. Não, desculpe, não desligue. É que eu estou me sentindo muito sozinha.

Foi você quem quis assim, querida. Sorva do seu próprio veneno.

Realmente você não muda. Só sabe acusar...

Bom, vou desligar. Tchau...

NÃO, PELO AMOR DE DEUS, não desligue, espere, preciso te dizer algo...

Fala logo, Natasha, tenho que trabalhar.

Eu estava errada. Me perdoe.

ERRADA? Você estava errada? Tem certeza disso? Será que não é um pouco tarde pra dizer isso?

Mas agora eu reconheço...Por favor, amor, me perdoe!

Agora? Depois que você acabou comigo, querida? Até hoje eu pago o mico do papelão que você me fez passar... Convites distribuídos, acampamento alugado, comida encomendada, viagem paga, meu casamento com você, tudo perdido... (Luciano suspira). Sofri, sofri mesmo. Queria matar você! Droga, por que eu tive que amar você? Mas tudo bem. Já faz dois anos... Ah, meu Deus, dois anos...

Luciano, pelo amor de Deus, me perdoe!

Pra que você quer o meu perdão? Você nem ligou pra dizer que já estava com outro cara. Pra que perdão? Vai viajar com ele, vai viver com ele, meu bem... Só me deixe em paz, por favor (Luciano chora baixinho).

Sem se dar conta, Luciano percebe uma pessoa na porta do escritório. Era ela. Natasha estava olhando pra ele. Ela falava do celular. Luciano fica perplexo, alegre e triste - ela está linda, belíssima, muito elegante. Mas seu rosto está abatido, cansado, doente. Na mão tinha uma sacola. Aproximou-se da mesa de Luciano, e, com olhos lacrimejantes, desligou o celular, olhou para ele e disse:

Oi, amor.

Oi, Natasha. Pare de me chamar de amor. Você tá um caco, filha!

Olhos baixos, Natasha começa a tirar da sacola algumas coisas: uma caixa do correio com um CD do Demmis Roussos, que Luciano havia enviado de presente no aniversário, uma boneca de porcelana numa casinha de papel, um celular pré-pago, alguns livros devocionais, uma bíblia de Genebra e um pacote de fotografias. Luciano a observava, perplexo, triste, e via as lágrimas de Natasha molharem a fórmica da sua escrivaninha.

Cada objeto tirado era uma facada no coração sofrido de Luciano. Algumas coisas lhe custaram caro, ele fizera grande esforço para pagá-las. Mas, pensava ele, se era pra ela, valeria à pena o esforço. Quando tudo terminara, ele se arrependera de tanto gasto desperdiçado...

Pensei que você havia jogado as coisas que lhe dei, Natasha...

Eu nunca me esqueci de você, Luciano. Eu errei. Errei muito, me perdoe...

Luciano, jovem advogado, lutador com as interpéries da vida, sabia que Natasha poderia estar mentindo, como tantas outras vezes, quando namoravam e mesmo quando eram noivos. Mas havia um quê de diferente no olhar vermelho de Natasha.

Por que você veio hoje aqui, Natasha? Deu alouca? O que te traz aqui?

Natasha suspirou, chorou, recompôs-se e disse:

Estou com câncer, Luciano...

CÂNCER? Luciano petrificou-se.

Sim, amor, eu vim me despedir. Saí do hospital à força, pra falar com você e pra morrer em casa...

Luciano não esperava por essa. Veio-lhe à memória uma de suas discussões, onde Natasha, na hora do nervoso, dissera: "E daí, Luciano? Que se dane a igreja, que se dane o pastor, que se dane você, e se Deus achar que estou errada, que me castigue..." Nossa, era como se a cena passasse de novo na mente de Luciano.

Como foi, Natasha?

Depois que eu deixei você, amor, fui caindo no abismo, afastei-me do Senhor, fui morar com o André, abandonei a Cristo. Eu estava cega. Mas Deus me amava, Luciano. Se eu não fosse dEle, estaria numa boa agora, bem com o André, bem comigo e pronta pra ir pro Inferno. Mas, por amor, Deus veio corrigir-me. Ele repreende e castiga a quem ama. Ele me ama, Luciano! Estou doente. Mas estou bem, porque estou podendo vir até você pra pedir perdão! Nunca fui feliz, nunca tive paz, saí de casa com 3 meses de vida a dois. O André me batia, me traía, eu fugi.

E ele não foi buscar você de volta?!

O André foi assassinado, Luciano. Tráfico de drogas.

Luciano estava perplexo.

Luciano, estou voltando pro Senhor, estou me preparando pra partir. Mas tenho que receber o seu perdão, amor! Sei que nunca irei compensar o que lhe fiz, mas... por favor... ME PERDOA, AMOR!

Luciano olhou para aquele resto de mulher - outrora tão orgulhosa, ostentando tanta beleza e auto-suficiência, confiando tanto em seu corpo e em sua fulgurante beleza, e agora, bonita ainda, mas notadamente pálida, enferma, cheia de hematomas nos braços, pescoço e pernas, e triste, profundamente triste, a implorar-lhe perdão para morrer em paz!

Cena patética! Ali estava quem Luciano mais amara na vida, quem mais o fizera sofrer, a depender de uma palavra apenas, para morrer em paz!

"Hora da vingança", veio-lhe à mente. Claro, agora seria a hora da revanche! Mas Luciano era um moço crente, de bom coração, e seria incapaz de reter a bênção para aquela a quem tanto amara e que, infelizmente, ainda tanto amava e tanto o fazia sofrer...

Quer que eu perdoe você, Natasha?

SIM, PELO AMOR DE DEUS, Luciano! Nunca mais tomei a Ceia do Senhor, nunca mais louvei ao Senhor com alegria, nunca mais fui membro de igreja, não agüento mais! Aceito as conseqüências, mas, por favor, diga que me perdoa!

Enxugando as lágrimas, refazendo-se, Luciano olhou-a no fundo dos olhos, tomou as suas duas mãos, que estavam frias como as de um defunto, e lhe disse, num terno sorriso misericordioso:

Querida: desde que você foi embora eu já havia lhe perdoado. Mas, se você quer escutar e sentir paz, ouça-me: EU PERDÔO VOCÊ POR TUDO QUE ME FEZ. VOCÊ ESTÁ LIVRE EM NOME DE JESUS!

Natasha tremeu. Gritou "aleluia", sorriu, chorou, e caiu desmaiada.

Logo o assistente de Luciano veio ajudá-lo, e, colocando-a no carro, levaram-na para o hospital. Luciano tinha o telefone de toda a família ainda, ligou e avisou. Em uma hora todos estavam ali na recepção, tristes, aflitos, alguns desesperados. Chegou o pastor. A família implorou-lhe que fosse até a UTI orar com ela. O pastor, que conhecia o Luciano, olhou bem pra ele, pensou, fechou os olhos em oração, e, a seguir, falou:

Quem tem que entrar é o Luciano. Vá lá, Luciano. Eu conheço o diretor da UTI, pedirei autorização.

EU, PASTOR?

Sim, filho. Ela é o seu amor.

FOI, PASTOR..

Não, filho. Deus o uniu a ela novamente, ainda que seja na despedida.

Luciano não sabia o que fazer. A família, desconsolada, chorava, mas a mãe, certa do que tinha que ser feito, empurrou o Luciano até a porta, dizendo: "Vai, filho, corre, antes que seja tarde!"

Ah, aquele corredor que dava para a UTI parecia não ter fim! Cada passo dado era uma lembrança: o primeiro beijo, a primeira maçã-do-amor, o primeiro jantar, o primeiro por-do-sol juntos; o dia em que viajaram num encontro missionário, o dia em que foram juntos à praia e que ele deu de presente a primeira rosa! O jantar de noivado, os telefonemas, tudo. Não sobraram recordações da tragédia, da traição, do desprezo. Na verdade quem ama guarda as más experiências numa sacola furada. E Luciano fez assim.

Vestido com o jaleco, a máscara e o sapato de pano, Luciano entrou. Vários boxes onde pessoas definhavam. Lá estava Natasha, no número 6. Estava no respirador artificial, cuja sanfona funciona como um pulmão e faz um barulho horripilante. Estava linda, mas totalmente ligada a aparelhos, notadamente cansada, em coma, morrendo. Luciano sentiu sua dor. Chorou. Tremeu. Segurou forte a mão de sua amada. Pensou em Cristo, que dera a vida pela noiva, pensou em Oséias, que aceitou a esposa adúltera novamente, pensou em Deus, que tantas e tantas vezes tratou a Jerusalém com compaixão. Quem era ele para não perdoar? Quem era ele para não acolher?

Então orou.

"Senhor, o que posso dizer? Minha garota está morrendo! Ex-garota, claro. Mas mesmo assim está doendo, Pai! E eu sou impotente diante de tudo isso! Essas máquinas, esse cheiro de éter e de carnes inflamadas, esse barulho infernal, meu Pai, o que posso dizer? Que deixe a minha garota morrer em paz? Sim, Senhor, leve-a para a tua glória! Eu a amo! Mas sei que tu a amas mais do que eu! Abençoa a Natasha. Em nome de Jes...

Subitamente Luciano pensou em completar a oração com o seguinte pedido:

"Mas, Senhor, se ainda houver um espaço para ela viver para ti, recuperar parte do tempo perdido, se na tua infinita misericórdia não for demais, por favor, Senhor, cura a tua serva. Ela já sofreu bastante, ela aprendeu, Senhor. Até eu, que fui o mais ofendido, já a perdoei! Por favor, Senhor, se der, devolve-lhe a vida! Mesmo que não seja pra viver comigo. E agora sim, em nome de Jesus. Amém".

Por favor, me avisem - disse Luciano aos familiares - , me avisem quando tudo terminar. Quero estar presente.

E foi embora. Tirou a tarde para viajar, seu hobby preferido: foi pra uma cidadezinha próxima, ver o por-do-sol.

PARTE FINAL

No caminho, ao longo da rodovia, seus pensamentos corriam mais que o vento: por que tudo isso estaria acontecendo? As coisas não poderiam ter sido mais fáceis? E agora? Ele, no carro, ela no hospital, a lembrança daquelas máquinas monstruosas de prolongar a vida não lhe saíam da memória... As lágrimas corriam, misturadas à poeira do vento seco do caminho.

Revoltado com tudo isso, parou o carro no acostamento. Encontrou uma estradinha de terra. Devagar, como a seguir um féretro, entrou pela rota dos sitiantes. Subiu devagar a montanha, encontrou um mirante. Parou, abriu a porta, e, num grito de dor e lamento, chorou. Ah, como chorou! Seu pranto escorria pela porta do carro. Os pássaros, assustados, aquietaram-se nas árvores, contemplando aquele misto de dor e revolta. Parecia que todo o mundo fazia silêncio em respeito a tanta dor.

Deus, por que? Por que? Por que? Por que tive que amá-la? Por que tive que vê-la? E agora, Senhor, o que fazer? E se tu a levares? O que será de mim? Eu já estava quase esquecendo, Senhor! Agora tudo volta a doer! Senhor, Senhor...

Cansado de tanto chorar, entrou no carro e deitou-se, estendendo o banco para o fundo. Travou a porta, colocou uma fita de música clássica e desfaleceu. Ali estava um moço de valor, que amava e que lutava entre sua vontade e a vontade de Deus.

Sonhou durante o sono, no delírio da febre. Sonhou estar na igreja. Viu o pastor a pregar, e, ao seu lado estava Natasha, bonita e sorridente. Lá do púlpito o pastor dizia: "Aquele que amar mais à sua mulher, mais do que a mim, não é digno de mim - palavras de Jesus!" E, aos poucos, o sorriso de Natasha foi sendo coberto por uma neblina e desaparecia. Assim acordou.

Assustado e cônscio de que Deus falara com ele, pôs-se a orar, dizendo:

Senhor, sei que é difícil, mas tenho que fazer isso. Confesso que estou revoltado, ó, Pai. Quero fazer a minha vontade, não a tua. Eu não estou conseguindo aceitar a tua vontade, caso seja a de levá-la embora! Sei que estou errado, Senhor, e sei que é isso que quisestes me falar. Senhor, sou teu servo e quero te obedecer. Se irás tirar a Natasha mais uma vez, tira-a, apesar de mim. Por mais que isso doa, Senhor, prefiro assim: não quero perder-te Senhor. Só me ajude e console o meu coração... Tu sabes o que será melhor para ela, e também melhor para mim. Em nome de Jesus, amém.

Voltou a dormir.

Toca o celular.

Alô?

Luciano?

Sim, sou eu.

Aqui é o pastor, filho. Como você está?

Bem mal, pastor. Mas sobrevivendo...

Eu orei por você, garoto. Pedi a Deus para lhe fazer suficientemente forte para renunciar, se preciso for. Você quer conversar sobre isso?

Pastor - disse, sorrindo o rapaz, - já o ouvi pregar agorinha mesmo no sonho, já renunciei a Natasha. Está doendo, mas estou em paz. Obrigado.

Ótimo. Então volte pro hospital, Luciano. A Natasha acordou e saiu do estado crítico. Ela quer ver você...

O QUE??? SÉRIO, PASTOR?

Séríssimo. Vem com calma, mas acelera, filho...

Não levou hora e meia e Luciano estava entregando a chave do carro pro manobrista do hospital.

E a Natasha? , perguntou à mãe dela.

Filho, corre, ela está chamando por você! Vai, filho! Deus está agindo! Eu já a vi, mas ela teima que quer ver-lhe!

Agora o corredor do hospital era longo demais para ele. Se pudesse, daria três passos em um, para chegar mais rápido e contemplar o rosto de sua amada. Seu coração estava disparado, pensava no que ouviria e no que diria. O suor lhe escorria pela face e as vistas estavam enfumaçadas. Correu a vestir o jaleco, o sapato de pano, as luvas e a máscara. Box 06. Lá estava ela, e três médicos palestrando. Ao olharem o rapaz, perguntaram:

Você é o Luciano?

Sim, doutor, sou eu. Por que?

Converse um pouco com ela. Ela gritou o seu nome por mais de meia hora e nos deixou quase loucos! Isso é que é amor! Mas seja breve, ainda não entendemos essa súbita melhora. Temos que medicá-la novamente.

Aproximou-se do leito. Os lábios de Natasha estavam sangrados, a boca ferida, canos haviam saído da garganta, o pescoço estava com fios, braços e pernas com soro, sondas, enfim, uma cena dramática, mas não tanto quanto na última vez. Pelo menos o respirador artificial estava desligado, e em silêncio...

Lu..cia..no.. me.u...a..mor....

Fala, querida, eu estou aqui!

Je..sus....veio..a..qui! Eu..vi!

Luciano deixou as lágrimas verterem de seus olhos, lágrimas quentes e profundas.

Você estava sonhando, querida.

Nã..ão, meu ..a..mor, Je..sus veio...me di..zer.. uma..coi..sa!

Um tanto alegre, mas também incrédulo, Luciano pergunta:

E o que Jesus lhe disse, amor?

Dis.se...que.. vo..cê..me ama..va e..que..es.ta...va... (cof! cof!) es..ta..va. orando lá..num sí..tio.. por..mim...e ..lu..tan..do ...para me renun..ciar..

Luciano gelou. Natasha completou:

E..le.. me..dis..se..que..a.ceitou..a.sua..or.a..ção!

Agora ele estava arrepiado. Não só isso, ele estava com as pernas totalmente moles e adormecidas, num misto de medo e perplexidade.

E sobre você, amor, ele disse alguma coisa?

Dis.se..pa..ra....que..eu não ...pe..casse.. de nno..vo... - Natasha adormeceu.

Natasha!!! Natasha!! Não morra!!!

Calma, garoto - disse o médico - ela só adormeceu. Fique tranqüilo, mas saia agora, temos que seguir os procedimentos necessários.

E assim foi.

Natasha saiu do hospital em 20 dias. Sem explicação convincente, os médicos quiseram impetrar a si mesmos um erro de avaliação e diagnóstico,dizendo que pensaram que havia câncer onde nada existia, mas não sabiam explicar as dúzias de exames, de biópsias, de ressonâncias e de quimioterapias feitas. Claro, grande parte da medicina desconhece o poder de Deus, a misericórdia do Altíssimo. E um câncer desaparecido tem que parecer um mero "erro médico". Mas o milagre acontecera de fato...

Outra tarde, fim de expediente no escritório de Luciano, Natasha de pé em frente à escrivaninha de trabalho dele.

Luciano, de agora em diante eu viverei cada dia como um milagre do Senhor, e viverei apenas e tão-somente para a glória dele.

Que bom, Natasha! Espero que você seja feliz! Orarei sempre por você!

Luciano...

Fale, querida.

Quero pedir só mais uma coisa.

Se eu puder atender...

Eu quero me casar com você e ser a sua mulher, a sua companheira, e servir ao Senhor ao seu lado. Eu te amo! Me perdoe por tudo que fiz!

Era tudo o que o rapaz queria ouvir. Sorridente, abriu a gaveta da escrivaninha e tirou uma linda boneca de porcelana, numa casinha de papelão, idêntica à primeira, presenteada quando começaram a namorar. Levantou-se, entregou-lhe a boneca, abraçou sua amada pela cintura, trazendo-a para junto de seu rosto, e lhe disse, com um brilho jamais visto em seu olhar:

Eu perdôo você e quero recebê-la como minha esposa, amor. Eu te amo!

Também te amo, querido!

Não se podia descrever o que era mais bonito e brilhante; se o brilho do sol da tarde, clareando toda a sala pelas vidraças, ou se o brilho do beijo de Natasha e Luciano, ao som da mais linda música que o mundo pode ouvir: o palpitar de dois corações apaixonados. Aliás, apaixonados por Deus primeiramente, e, por causa do Senhor, apaixonados um pelo outro...

REFLEXÃO: “Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Efésios 4:32)

Justo “sim” ou justo “não”?


No verso de hoje, vemos que Jesus recebeu as mesmas pessoas que os escribas e fariseus rejeitaram. No entanto, as três parábolas que Ele mencionou eram para os quatro grupos mencionados nos versos 1 e 2. Nesta semana, estamos interessados na última das histórias – a do filho pródigo – e o que ela nos ensina sobre o dom da justiça de Deus.

Normalmente, um filho receberia sua herança por ocasião da morte do pai. O fato de o irmão mais novo instigar a divisão precoce dos bens da família, mostrou a rebelião e orgulho ao ser indiferente com a autoridade de seu pai, sem mencionar uma atitude egoísta e imatura. Quão frequentemente temos mostrado uma atitude assim para com Deus?

Porcos são animais imundos. Os judeus não tinham permissão nem mesmo de tocá-los. Quando o filho aceitou o trabalho de alimentá-los e quando até mesmo ansiou pela comida deles para encher seu estômago, podemos ver o quanto ele tinha caído. Ele chegou ao fundo do poço. Mas, ao fazê-lo, finalmente voltou ao juízo. Algumas vezes precisamos alcançar o fundo do poço antes que reconheçamos nosso pecado e a necessidade de aceitar a justiça de Deus.

O pai simboliza nosso Pai celestial. Ele espera pacientemente, com amor compassivo, que retornemos a Ele com coração humilde. Ele nos oferece tudo em Seu reino, restaura-nos para um relacionamento completo nEle, com alegre comemoração. Ele nem mesmo Se recorda de nossas desobediências passadas.

Claramente, o filho mais velho era como os escribas e fariseus. Sua justiça própria os impedia de se regozijarem quando os pecadores retornavam a Deus. Sua amargura e ressentimento os impedia de desenvolver um espírito perdoador e os cegava para os tesouros que se apresentavam diante deles.

A parábola revelava o caráter de Deus e Seu desejo para que todos os pecadores retornassem a um relacionamento de pai e filho com Ele. Os escribas e fariseus consideravam certas pessoas indignas do reino de Deus e criticaram a Jesus por gostar de estar perto delas. Mas a parábola do filho pródigo revela tanto o amor de Deus por aqueles que estão prontos a aceitá-Lo (o filho que retorna para seu pai), como Sua rejeição pela justiça própria dos fariseus (o filho mais velho na parábola).

Mãos à Bíblia

3. Que tipo de arrependimento ocorreu ao filho pródigo? Ele estava realmente triste pelo que fez, ou infeliz pelas consequências? Lc 15:13-19

Abrindo as asas

Imagine o pai, observando seu corajoso filho colocar as coisas na mochila, preparando-se para deixar o lar. Talvez ele tenha perguntado ao filho aonde ele iria, em que trabalharia, quais eram seus sonhos para o futuro. Não sabemos quais foram as respostas do filho. É possível que não tenham sido animadoras, pelo menos para o pai. O filho, entretanto, muito provavelmente estivesse pronto para os bons tempos à frente.

Afinal, por que não? Ele era jovem, aventureiro, tinha dinheiro para gastar e um mundo para conhecer. A vida na fazenda da família aparentemente lhe era enfadonha e desagradável, em contraste com todas as possibilidades que o mundo lhe apresentava.

3. Que tipo de arrependimento ocorreu com o filho? Ele estava realmente arrependido, triste pelo que fez, ou estava infeliz somente pelas consequências do que fez? Que indícios poderiam nos dar a resposta? Lc 15:13-19


É difícil saber como essa história terminaria se as coisas tivessem dado certo para o filho pródigo. Suponha que ele encontrasse formas de ganhar dinheiro e de fazer com que os bons tempos continuassem? Não é provável, pelo menos tendo em vista o texto, que ele voltasse “ajoelhado”, não é mesmo? Quantos, entre nós, às vezes, têm ficado realmente tristes, não tanto por causa dos pecados, mas pelas consequências, principalmente quando somos descobertos? Mesmo o pagão mais insensível se arrependerá do adultério se, em resultado, ele pegar herpes, gonorreia, ou alguma outra doença sexualmente transmissível. Não há nada de cristão na tristeza pela dor que vem de nossas escolhas erradas, não é mesmo?

O que dizer, então, sobre esse rapaz? Não há dúvida de que a situação terrível em que ele se encontrava tenha causado uma atitude diferente, que poderia não ter ocorrido sob outras circunstâncias. Mas, os pensamentos de seu coração, como revelados nos textos, demonstram um sentimento de verdadeira humildade e a compreensão de que ele havia pecado contra seu pai e contra Deus. O discurso que ele preparou em seu coração parecia mostrar a sinceridade de seu arrependimento.

Às vezes é preciso que más consequências de nossas ações nos despertem para a realidade de nossos pecados, não é? Ou seja, somente depois que nossas ações resultam em sofrimento é que verdadeiramente nos arrependemos dessas ações, e não apenas dos resultados. O que dizer de você e das situações que está enfrentando? Por que não decidir evitar o pecado e poupar a si mesmo de todo sofrimento e do arrependimento que (se espera) resultarão?

Serei escolhido?

Verso para memorizar: "Ouçam as minhas palavras: Quando entre vocês há um profeta do Senhor, a ele me revelo em visões, em sonhos falo com ele. Não é assim, porém, com meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. Com ele falo face a face, claramente, e não por enigmas; e ele vê a forma do Senhor. Por que não temeram criticar meu servo Moisés? "   Números 12:6-8

Textos para a semana: Historia Biblica: Números 11 e 12 e Levítico 10:1-11. Comentario: Patriarcas e Profetas, capitulo 31 e 33.

“Não temas, porque eu te remi, chamei-te pelo teu nome, tu és meu”. (Is 43.1) “Nas palmas das minhas mãos gravei teu nome, diz o Senhor!” (Is 49.16) Quero descrever em poucas linhas quem foi Moisés:
“Nas escolas do Egito, Moisés recebeu o mais alto preparo civil e militar. De grande atração pessoal, distinto na aparência e estatura, de espírito culto e porte principesco, e de fama como chefe militar, tornou-se o orgulho da nação. O rei do Egito também era membro do sacerdócio; e Moisés, apesar de se recusar a participar do culto pagão, era iniciado em todos os mistérios da religião egípcia. Sendo ainda nessa época o Egito a mais poderosa e mais altamente civilizada das nações, Moisés como seu provável soberano era herdeiro das mais altas honras que este mundo podia conferir. Sua escolha, porém, foi mais nobre. Por amor da honra a Deus e livramento de Seu povo oprimido, Moisés sacrificou as honras do Egito. Então, de maneira especial, Deus empreendeu sua educação”. Educação p.62


Leram com atenção? Moisés era herdeiro da maior potência da época, o Egito. Ele abriu mão de tudo isso, para seguir o propósito de Deus para sua vida. Ele tinha a certeza de que todas as riquezas deste mundo, não compensavam perder o céu. Vocês ainda são bem jovens, mas o mundo nos oferece coisas aparentemente maravilhosas, e que não nos parecem tão ruins, mas o fim delas é somente dor, tragédias e tristezas. Moisés decidiu enxergar o invisível. Sabem o que isto significa? Colocar a Deus em primeiro lugar, fazer dEle o nosso melhor amigo, contar a Ele os nossos segredos, nossas tristezas e também nossas alegrias. Deus tem inúmeras formas de falar conosco, mas Ele só fará isso se nos tornamos íntimos, a ponto dEle nos dirigir, assim como fez com Moisés, Isaías, Daniel e outros mais.

Peço a Deus todos os dias que me ajude a “enxergar o invisível”, a colocar meu coração nas coisas do céu. Pois, “A fé que alcança o invisível, se apega a realidades eternas”. É nesse lar eterno que eu quero morar e gostaria de encontrar você lá. Eu gosto muito de cantar, passo horas ouvindo hinos, mas quero junto a você fazer parte de um côro especial.
“Cantavam um "cântico novo diante do trono - cântico que ninguém podia aprender senão os cento e quarenta e quatro mil. É o hino de Moisés e do Cordeiro - hino de livramento. Ninguém, a não ser os cento e quarenta e quatro mil, pode aprender aquele canto, pois é o de sua experiência - e nunca ninguém teve experiência semelhante. EV. Pág. 268. Você consegue imaginar como será esse cântico? Você quer fazer parte desse coral?
Pense: Para Moisés, a fé não era uma conjetura (incerteza), era a realidade. Ele cria que Deus dirigia sua vida em particular, e em todos os seus detalhes ele O reconhecia.
Desafio: Acordar todos os dias mais cedo para conversar com Jesus e convidá-lo para dirigir o seu dia.

domingo, 29 de maio de 2011

Manto de justiça para um filho errante

Quando o filho pródigo decidiu voltar para casa, sua expectativa e decisão eram de que ele apenas pediria ao seu pai para lhe contratar como um dos seus empregados. Ele tinha negligenciado os conselhos de seu pai, feito todas as escolhas erradas possíveis e desperdiçado sua parte na herança. Por isso, achava que era indigno de qualquer coisa.

O que o pai fez, no entanto, foi vesti-lo com as melhores roupas da casa, que incluíam um manto, um anel e um par de sandálias. A concessão desses “presentes” pelo pai é uma demonstração da graça estendida por Deus aos pecadores. Embora os pecadores se afastem de Deus, Ele está esperando, assim como o pai esperou por seu filho, para revelar Sua graça a eles.

Quando Paulo falou aos gálatas a respeito da graça de Deus e sua abundância, disse-lhes que desejava que crescessem nessa graça. Antes, ensinou-lhes como Jesus havia vindo até à Terra, invadido o reino de Satanás e feito dos gálatas Seus herdeiros. Eles alegremente receberam a mensagem de Paulo e se tornaram seguidores de Cristo; mas, depois que Paulo partiu, outros ensinadores vieram e lhes disseram que eles precisavam ganhar a salvação de Deus e Seu favor, fazendo determinadas coisas. Hoje, a história do filho pródigo continua a retratar a verdadeira natureza da graça de Deus. O pai (Deus) vestiu o filho (nós) com uma veste limpa (a justiça de Deus). O filho não tinha feito nada para merecer esses presentes. Mesmo assim, o pai o aceitou de volta no lar. Da mesma maneira, quando os pecadores se arrependem e aceitam a justiça de Cristo como propriamente sua, eles se tornam novamente os filhos do Criador. Quando retornamos, Ele nos trata como se nunca tivéssemos partido. Assim é a graça de Deus, a qual não merecemos (William Barclay, The Gospel of Luke. p. 205.).

Nesta semana, vamos estudar sobre o desejo do Pai de nos vestir em Sua justiça. Também veremos a natureza da justiça e como “usar” essa justiça afeta nossa vida. Ao você estudar, lembre-se de que a aceitação de Sua justiça determinará se você irá ou não apreciar a festa que Ele está preparando para nós quando retornarmos para Ele.

Mãos à Bíblia

Assim é a graça de Deus. Quando retornamos, Ele nos trata como se nunca tivéssemos partido.

1. Que outras histórias a parábola do filho pródigo lhe traz à memória? Gn 4:1-8; 25:25-34

2. O que a reação do pai ao pedido do filho nos ensina sobre o modo de Deus se relacionar conosco? Lc 15:12

Os mesmos pais, o mesmo alimento

Certo homem tinha dois filhos” (Lc 15:11). Nessa parábola, os dois filhos, nascidos ao mesmo pai, representam dois traços de caráter. O filho mais velho aparentemente demonstrava lealdade, perseverança e diligência. O mais novo, sem dúvida, não tinha disposição para trabalhar, não queria ter responsabildades, e não queria assumir sua parte nas obrigações. Ambos eram da mesma herança. Ambos provavelmente tivessem recebido idêntico amor e igual dedicação do mesmo pai. Parecia que o filho mais velho era fiel, e o mais novo, desobediente. O que causou a diferença?

1. Que outras histórias isso traz à sua memória? Gn 4:1-8; 25:25-34


É um fenômeno estranho, visto o tempo todo, não é? Dois (ou mais) irmãos dos mesmos pais, que vivem no mesmo lar, que recebem os mesmos ensinamentos, o mesmo amor, e até o mesmo alimento. Um deles se torna religioso, fiel e determinado a servir ao Senhor, enquanto o outro, por alguma razão, vai na direção oposta. Por mais difícil que seja entender, isso nos mostra a realidade poderosa do livre-arbítrio. Alguns poderiam ver algo significativo no fato de que foi o mais novo dos dois irmãos que se rebelou, mas quem sabe a razão pela qual ele fez isso?

2. O que podemos aprender da reação do pai ao pedido do filho? O que isso nos diz sobre o modo de Deus Se relacionar conosco? Lc 15:12


O texto não diz que tipo de diálogo se seguiu entre o pai e o filho, ou se o pai o censurou, pedindo que reconsiderasse, que não fosse tão precipitado, e que refletisse bastante em suas ações. Muito provavelmente ele tivesse refletido, mas no fim, o filho recebeu “a parte dos bens” que era dele, e foi embora. Em toda a Bíblia, podemos ver esse mesmo princípio: Deus concede liberdade aos seres humanos, para que façam suas próprias escolhas, para seguir seu próprio caminho, e para viver como quiserem. Naturalmente, como sabemos tão bem, nossas escolhas trazem consequências, as quais nem sempre imaginamos ou prevemos.

Quais foram os resultados de algumas de suas próprias escolhas livres ultimamente? Não é tão fácil voltar ao passado, não é?

Inveja

Sonda-me ó Deus, conhece o meu coração, prova-me e conhece todos os meus pensamentos e vê se há em mim algum caminho mal. E guia-me pelo caminho eterno. Senhor tu me sondas e me conheces, sabes quando assento e me levanto. Esquadrinhas meu andar e o meu deitar, conheces todos os meus caminhos. Sal. 139
Por que Deus chamou Moisés, Arão e Miriã para conversar? Antes, precisamos entender o que estava se passando naquele momento entre Moisés e seus irmãos? Sabemos que Arão e Miriã eram os seus irmãos mais velhos. Eles tinham o dever e privilégio de ajudar Moisés na liderança do povo. No entanto, Moisés era o principal responsável pela liderança do povo. Ele recebeu diretamente de Deus o chamado e a responsabilidade de governar o povo somente sob a autoridade divina.

Era, portanto, de se esperar que todos os israelitas reconhecessem a Moisés como aquele que os liderava em nome e debaixo da autoridade de Deus e assim aceitassem o seu governo sobre eles, o qual fora estabelecido por Deus para o próprio bem do povo. Infelizmente, o nosso texto mostra que uma coisa muito triste e lamentável aconteceu no relacionamento entre Moisés e seus irmãos. “Miriã e Arão, porém, cegos pela inveja e ambição, perderam o propósito de Deus de vista. O Senhor declarara que Moisés era maior do que profeta. "Boca a boca falo com ele."PP, p. 383 e 396 "Por que, pois", acrescentou Ele, "não tivestes temor de falar contra o Meu servo, contra Moisés?" Núm. 12:8

Sabem, esse acontecimento bíblico nos ensina uma grande lição sobre a inveja e o ciúmes, que esses sentimentos maus, só nos trazem tristezas e infelicidades. Hoje, muito se comenta que se canalizarmos a inveja ela se torna uma motivação para alcançarmos grandes coisas em nossas vidas, ou muitas vezes sentimos inveja da beleza de um amigo, da casa que ele possui, do carro, dos objetos ou mesmo da inteligência e achamos normal. Não caiam nessa, vejam o que diz no livro Testemunhos Seletos vol. 2 pág.19: “A inveja não é meramente uma perversidade do gênio, mas uma indisposição que perturba todas as faculdades. Começou com Satanás. Os sentimentos de amargura, inveja, desconfiança e ódio, que têm raízes no coração de muitos membros da igreja, são a obra de Satanás”. Quando por algum motivo esse sentimento bater à porta de seu coração, tranque-a com todas as suas forças e diga que ali só há lugar para JESUS.

Pense: Querido adolescente, “... se abrires teu coração à inveja e a vis suspeitas, o Espírito Santo não poderá habitar contigo. Busca a plenitude(felicidade completa) que há em Cristo”.
Desafio: Peça a Deus para “escanear” o seu coração e tirar dele qualquer sentimento ainda que pequenino de inveja.

sábado, 28 de maio de 2011

As roupas novas do filho pródigo

“Mas nós tínhamos que celebrar a volta deste seu irmão e alegrar-nos, porque ele estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi achado” (Lc 15:32).
 
Prévia da semana: O pai deu ao filho a liberdade de sair de casa, mas manteve uma constante atenção até sua volta. O pai encobriu as vestes sujas e maltrapilhas do filho com os próprios trajes ricos e se alegrou com ele como alguém que tinha estado morto, mas que reviveu.

Leitura adicional: Mt 22:1-13; Jo 8:1-12; 1Jo 1:8-2:1. Leia também Parábolas de Jesus, p. 198-211, e Timothy Keller, O Deus Pródigo (Thomas Nelson, 2010).

As roupas novas do pródigo

VERSO PARA MEMORIZAR: “Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado” (Lc 15:32).

Leitura para o estudo desta semana: Gn 4:1-8; 25:25-34; Lc 15:4-32; Jo 11:9, 10; Rm 5:12-20

W. Somerset Maugham escreveu um conto chamado “Chuva”, sobre um missionário nos Mares do Sul que “converteu” uma prostituta ao evangelho. Lançou-se de coração e mente na busca de conquistá-la, embora às vezes seus métodos parecessem rudes e insensíveis. Na verdade, ele insistiu para que ela voltasse para os Estados Unidos (de onde ela estava fugindo), a fim de terminar a pena de prisão. Apesar de todos os seus apelos desesperados para que fosse poupada da tortura, degradação e humilhação que ali a aguardavam, o missionário insistia em que cumprir seu tempo na prisão era parte do processo de arrependimento pelo qual ela precisava passar. Por isso ela devia voltar.

A história terminou, porém, inesperadamente. O missionário se matou, e seu corpo mutilado, que havia sido impelido pelas águas, foi encontrado na praia.

O que havia acontecido? Aparentemente, ao passar tanto tempo com a prostituta, ele caiu em pecado com ela e, incapaz de perdoar a si mesmo, suicidou-se.

O que os personagens necessitavam era o que todos nós, como pecadores, necessitamos: uma experiência pessoal da graça e da certeza que Jesus revelou na parábola do filho pródigo.

lição 10 - E Eu?

Verso para memorizar: "Ouçam as minhas palavras: Quando entre vocês há um profeta do Senhor, a ele me revelo em visões, em sonhos falo com ele. Não é assim, porém, com meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. Com ele falo face a face, claramente, e não por enigmas; e ele vê a forma do Senhor. Por que não temeram criticar meu servo Moisés? "   Números 12:6-8

Textos para a semana: Historia Biblica: Números 11 e 12 e Levítico 10:1-11. Comentario: Patriarcas e Profetas, capitulo 31 e 33.


O Escolhido
“Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por Nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6:8).

Oi pessoal, que bom estar com vocês mais está semana! A nossa lição está maravilhosa e juntos aprenderemos sobre um grande herói bíblico. Na realização de seus planos e propósitos, o Senhor Deus, usa seres humanos. É maravilhoso vermos como homens frágeis e limitados são guiados pelo Poderoso Deus a fim de executarem a sua obra. Um dos homens escolhidos por Deus para executar a sua obra foi Moisés. Ele foi um homem poderosamente usado por Deus. O SENHOR Deus, em sua soberania, o escolheu para libertar Israel da escravidão do Egito (Ex.3.10). Pelo poder de Deus ele realizou esta obra.

Além disso, o SENHOR lhe deu uma outra grande responsabilidade: guiar a nação de Israel durante quarenta anos pelo deserto, o que de fato foi uma tarefa difícil. Diante das tribulações daquela longa jornada tais como a perseguição dos egípcios, a falta de comida e água, o povo reagia com rebeldia e ingratidão, murmurando contra Moisés e contra o próprio Deus.
Sabem, gosto muito de uma canção que diz que , “Deus tem um plano para cada um de nós, mesmo antes de nascermos, um lindo propósito uma missão um sonho guardado em seu coração para vivermos e marcarmos nossa geração”. É a pura verdade, Deus tem planos para cada um de nós, Ele tinha planos para Moisés, mas para que esses planos se realizassem seria preciso que Moisés permitisse que o Espírito de Deus trabalhasse nele e através dele. “Satanás... sabia muito bem que Moisés fora escolhido por Deus para quebrar o jugo da escravidão dos filhos de Israel. ... Consultou seus anjos para decidir como agir para obter solução diante de um duplo propósito”. (VSA, p.92)

A decisão de quem trabalhará em nosso coração pertence a nós. Ninguém pode decidir em nosso lugar, “mas lembrem-se se Ele não for o primeiro, não passará de uma ilusão”. Moisés decidiu e aceitou ser o Escolhido. Qual será a sua decisão, dirás: “Estou aqui, que seus planos se realizem em mim?

Pense: Deus te confiou uma missão.
Desafio: Descubra durante esta semana quais são os sonhos de Deus para você.

Grão de Mostarda

Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se vocês tivessem fé, mesmo que fosse do tamanho de uma semente de mostarda, poderiam dizer a este monte: “Saia daqui e vá para lá”, e ele iria. E vocês teriam poder para fazer qualquer coisa! Mateus 17:20, NTLH

Depois de adiar o processo e lutar comigo mesma por bastante tempo, precisei telefonar ao proprietário do imóvel em que eu morava e informar que eu sairia no fim do mês. Minha irmã disse: “Fé, mulher!” com uma risadinha na voz. Parecia que eu estava fazendo algo que não era lógico nem razoável. O aluguel, porém, era caro demais, e o transporte era inacessível de onde eu morava. A tensão se tornara muito grande. Comecei a encaixotar minhas roupas e utensílios de cozinha, guardando-os na garagem.

Haviam-me dito que, em geral, não se encontra lugar nenhum em Cambridge com aluguel barato. Dei risada. Minha amiga me havia dado um formulário para me candidatar a um lugar em que ela mora. Meu formulário foi recebido, mas estava demorando tanto tempo para eu receber algum retorno que perguntei, e disseram que não havia nada disponível.

Algumas semanas mais tarde, recebi um telefonema convidando-me para uma entrevista. Havia um apartamento. Fiquei ansiosa, agitada, temerosa e orei o caminho todo até lá. Recebi a chave do meu novo apartamento (aquele que disseram que eu não encontraria na região). Meu Deus é bom! Quando contei a história para minha irmã, ela finalmente começou a empacotar suas coisas. “Antes mesmo que Me chamem, Eu os atenderei; antes mesmo de acabarem de falar, Eu responderei” (Isaías 65:24, NTLH).

Mudei-me para uma acomodação muito mais barata e de fácil acesso. Eu tivera apenas uma pitadinha de fé. Lembro-me de um corinho que ouvíamos no sábado de manhã, enquanto mamãe trançava nosso cabelo para irmos à igreja. Era sobre o grão de mostarda, a menor das sementes. “Plante uma semente de fé no jardim do coração, plante uma semente de fé e ela crescerá, crescerá, crescerá, até que você conheça o Cristo que plantou o grão de mostarda.”

Enquanto refletir sobre sua vida, pense nas vezes em que você exerceu fé, a partir daquela semente que você plantou. Você a vê? Ela está crescendo? Com Jesus, ela certamente crescerá! Continue confiando e crendo nEle.

Susan Riley

A Bíblia escondida

(adaptado do texto de Robert Wong)“Bendize, ó minha alma ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o Seu santo nome. Bendize, ó minha alma ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de Seus benefícios” (Salmo 103:1 e 2)

Como pôde um jovem com problemas pulmonares suportar 15 anos de confinamento numa prisão e num campo de trabalhos forçados na China, por causa de suas convicções religiosas e finalmente sair são e salvo? Como foi sua vida preservada — pelo menos umas seis vezes — de acidentes quase fatais dentro daquele campo? Como pôde ele, encerrado numa cela de 1,80 X 2,75m durante anos, ter depois o privilégio de viajar por 12 países para testemunhar da verdadeira liberdade em Cristo? Como pôde ele, depois de privado do estudo normal por 25 anos, ter inesperadamente a oportunidade de retornar aos estudos e obter um doutorado aos cinqüenta e poucos anos? Como pôde esse menino acanhado tornar-se locutor de rádio e evangelista? Eu sou esse jovem, esse estudante, esse prisioneiro.

De entre as muitas bênçãos e cuidados providenciais vindos de nosso Senhor, eu gostaria de partilhar um testemunho especial de quão maravilhoso nosso Deus de amor é! Passei os primeiros quatro anos de aprisionamento numa casa de detenção, e lá fui posto sob segurança máxima por causa de minha crença religiosa. Isso significava que eu não podia escrever cartas ou recebê- las dos membros de minha família. Tudo o que recebi numa tarde quente de verão foi um documento contendo minha sentença. Mais tarde fui transferido para uma prisão regular em Shanghai por mais quatro anos, para completar minha pena de oito anos. As condições de vida lá eram quase tão ruins quanto as da casa de custódia — nada de cama, cadeiras, mesa, livros para ler, exceto a bíblia vermelha de Mao Tse Tung, Mao’s Quotations. A comida era tudo, menos desejável.

Havia uma única coisa para compensar e que viria mais tarde: permissão para comunicar-me com minha família por cartas, bem como mediante visitas controladas. Foi-me dito, contudo, que minha carta deveria limitar-se a 100 caracteres chineses (menos de um terço de página). Depois da primeira visita feita por membros mais chegados de minha família, uma nova esperança surgiu-me no coração. Mais importante do que receber alimento suplementar (o que não era permitido naquele tempo), eu tinha fome das Escrituras em meu coração, visto que a minha Bíblia de bolso havia sido confiscada na chegada à casa de detenção. Sabendo de antemão que estaria confinado por longo tempo antes de meu encarceramento prolongado, memorizei tantas passagens da Bíblia quantas pude. Comecei com o livro de Daniel, verso por verso, e continuei com Apocalipse, depois os Salmos e então outros textos familiares do Velho e do Novo Testamentos. Pela graça de Deus, dei certa vez um estudo bíblico a dois colegas de cela sem ter uma Bíblia à mão. Usando uma abordagem temática no estudo sistemático das doutrinas cristãs, citei-lhes dez ou mais versos no primeiro dia. No dia seguinte, recapitulamos as doutrinas e os versos bíblicos. No terceiro dia, tentamos repeti- los de cor. Mais tarde até pusemos alguns desses versos num cântico.

Mas o tempo todo eu almejava ter um exemplar da Bíblia nas mãos. Do ponto de vista humano, durante o período da chamada Revolução Cultural (1966-1976) na China, quando tudo girava freneticamente e o tecido social mostrava-se completamente esfacelado, obter uma Bíblia, então um livro proscrito, era pura fantasia. Qualquer tentativa de consegui-la clandestinamente me poria em risco e também minha família. Mas nosso Deus é o maravilhoso Operador de milagres.

Um dia, enquanto eu escrevia para casa, estava refletindo como poderia dar uma dica de que eu precisava desesperadamente de uma Bíblia. Justamente nesse momento ouvi uma forte voz — um dos detentos estava chamando alguém com o número de identidade 115, 115! O Espírito Santo iluminou minha mente e me fez lembrar de que em nosso velho hinário chinês, o título do hino 115 era “Dá-me a Bíblia”. Um súbito relâmpago mandado por Deus! Maravilhoso! Embora eu não pudesse dizer claramente em minha carta censurada: “Por favor, mandem-me uma Bíblia”, escrevi: “Enviem-me um livro de notas 115”, e sublinhei o número. Entreguei a carta ao guarda da prisão com uma oração silenciosa. Quando ele a examinou e disse OK, vi realmente que ele não havia detectado o segredo espiritual.

O mesmo Espírito Santo que me iluminou também abriu os olhos dos membros de minha família, dando-lhes o entendimento de minha mensagem secreta. No dia destinado à visitação nossos corações pulsavam. Oito minutos se passaram e justamente antes dos membros de minha família saírem, disseram- me: “Quando você usar o sabão, corte-o em pedaços”. Meneei a cabeça e emiti um sorriso compreensivo. Depois da despedida, a polícia me entregou os itens essenciais, inclusive uma grande barra de sabão para lavar roupa.

Nada era fácil numa cela apertada. Pensei por um momento como retirar aquilo que eu suspeitava estar dentro da barra de sabão, sem ser visto pelo guarda e os demais. Era quase hora do pôr-do-sol. De costas para meus companheiros de cela e com o guarda olhando noutra direção, pus minha roupa suja numa bacia. Usei uma linha para dividir o sabão em duas metades. Um pequeno Novo Testamento de bolso embrulhado em plástico apareceu. Isso foi muito excitante! Rapidamente coloquei a Bíblia no bolso de minha roupa de baixo. Agradeci a Deus e orei: “Ó Senhor! Puseste alegria em meu coração, mais alegria do que a deles no tempo em que se lhes multiplicam o trigo e o vinho. Em paz me deitarei e dormirei, porque só Tu, Senhor, me fazes habitar em segurança”. (Salmo 4:7 e 8)

Na manhã seguinte, vi diversos prisioneiros em fila no saguão. Eles foram obrigados a confessar que eram anti-reformistas. Haviam sido apanhados com artigos proibidos, os quais estavam pendurados em seu pescoço. Um tinha um bombom, outro biscoitos e outro, ainda, toucinho acondicionado num tubo de pasta de dentes, o qual havia sido inserido pelos membros da família. Todos foram detidos e punidos os que receberam os itens contrabandeados. Soube mais tarde que alguém tinha posto uma agulha dentro de uma barra de sabão; isso também fora descoberto e confiscado. Pareceu-me que a polícia coou um mosquito e engoliu um camelo! Os agentes haviam descoberto uma pequena agulha numa barra de sabão, mas não viram o Novo Testamento. Quão surpreso e grato fiquei com o poder e amor de Deus.

“Portanto, não vos inquieteis... Vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso. Mas buscai primeiro o Seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. (Mateus 6:31- 33.)

Mas como poderia eu ler minha Bíblia sob a constante vigilância do guarda? Essa é outra história. Nunca me esquecerei do que Deus fez por mim — alguém faminto e sedento de Sua verdade e justiça. A Bíblia verdadeiramente tornou-se uma luz em minha vereda e um guia infalível em meio às trevas. Ademais, o lugar mais seguro e o caminho mais eficiente é ter a Palavra de Deus em nosso coração, em nossa alma e em nossa vida.

REFLEXÃO: “Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem” (Salmos 103:13)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

“Deus aprova o seu Santuário?”

Verso para memorizar: "E farão um santuário para mim , e eu habitarei no meio deles. Façam tudo como eu lhe mostrar, conforme o modelo do tabernáculo e de cada utensílio." Êxodo 25:8 e 9.

Texto para a semana: História Biblica: Êxodo 29: 1-9. 31: 1-11, 40:33-38.. Comentário: Patriarcas e Profetas, capitulo 30.




Para finalizar o estudo desta semana sobre o santuário terrestre, separei algumas partes específicas do capítulo 30 do livro “Patriarcas e Profetas”para que você possa meditar um pouco mais sobre a grande importância que foi e continua sendo do santuário de Deus na vida de seu povo.

"E a glória do Senhor encheu o tabernáculo." Êxo. 40:34. Houve uma revelação da majestade divina, e por algum tempo mesmo Moisés não pôde entrar ali. Com profunda emoção o povo viu a indicação de que a obra de suas mãos fora aceita. PP 349

Deus não Se agradará de coisa alguma inferior ao melhor que podemos oferecer. Aqueles que O amam de todo o coração, desejarão dar-Lhe o melhor serviço de sua vida, e estarão constantemente procurando pôr toda a faculdade de seu ser em harmonia com as leis que promoverão sua habilidade para fazerem a Sua vontade. PP, 352 e 353

Logo depois que Moisés e o povo terminar a construção do Santuário, a Bíblia descreve que a demonstração de aceitação da parte de Deus sobre o serviço realizado por eles em cumprimento a vontade dEle, foi adentrar com sua glória no tabernáculo, enchendo o Santuário com a Sua Presença.

Será que Deus tem realizado a mesma coisa nos nossos dias? No texto acima ela diz que Deus não se agrada de quando fazemos algo muito inferior, ou de má vontade, sobre algo que ele pede a nós. Quando vivemos um cristianismo de fachada, uma freqüência escassa e sem interesse na igreja, não estamos tendo a aprovação deste serviço da parte de Deus, e assim, não recebendo a sua presença conosco.

Pense: A presença da Glória de Deus tem habitado e enchido a igreja que você freqüenta? A sua casa? Seu quarto? A sua vida? Seu ser?
Desafio: Desafio você a não somente hoje, mas todos os dias, realizar o melhor que puder tudo aquilo que Deus lhe pedir, para que ele possa aceitar seu serviço, e habitar com sua glória por onde quer que for, enchendo sua vida com a presença de Sua Glória.

O que é aquilo?

“Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá” (Êxodo 20:12)



REFLEXÃO: “Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor” (Efésios 4:2)

Presente de Deus

Na lição desta semana, aprendemos a respeito de como e por que Deus tira nossas roupas sujas de pecado e as troca por Seu branco e puro manto de justiça. Os textos que estudamos explicam como isso é possível. Esses textos também nos ajudam a compreender quão terrível é o pecado e nossa culpa.

“Deus gostaria muito que Seu mundo rebelde pudesse conhecê-Lo. Ele quer extinguir o medo, desconfiança e discórdia que nos têm separado de nosso maravilhoso Deus. Ele espera ansioso pelo momento em que Sua família estará junta com Ele. E nosso Deus sempre teve um plano com o qual Ele poderia Se fazer conhecido ao Seu povo. Ele não poderia aparecer pessoalmente, com toda Sua glória divina diante dos olhos de pessoas pecadoras. Então Ele escolheu Se fazer conhecido através de Seu mensageiro.

Um dia Deus criou um grande plano. Ao invés de Se fazer conhecido através de pessoas individuais, Ele fez isso por uma nação escolhida. Haveria uma nação inteira vivendo junta em paz e alegria e saúde que resultariam de seguir os caminhos de Deus. Seria uma nação tão notavelmente diferente, sábia e forte que o mundo inteiro não poderia deixar de notar. Essa nação poderia mostrar ao mundo quão maravilhoso é viver em amor leal para com o único Deus verdadeiro. Seria uma nação com uma missão: tornar Deus conhecido. Que poderoso plano era este!”*

Todos aqueles que terão parte na vitória são aqueles que aceitaram a justiça de Jesus (Ef 2:8-10). Seu maior objetivo é conhecer você através de uma profunda e pessoal amizade marcada pelo amor (Jo 14:15), confiança, lealdade e obediência.

* God Is the Victor, pág. 71.


Mãos à obra
1. Parafraseie uma das visões de Zacarias 1-3, usando itens atuais, de uso diário (iPods, celulares, etc.), para as imagens simbólicas usadas na Bíblia. Como podem frases ou itens diários, corriqueiros, serem usados para conduzir a conceitos mais amplos?

2. Dê roupas novas ou em bom estado a alguém que precise ou a uma instituição de caridade.

3. Faça uma fogueira com um grupo de amigos. Quando começar a queimar, cada um retire um galho ainda com altas chamas. Discuta o que significa ser um “tição tirado do fogo” por Deus (Zc 3:2).

Estudo adicional

Leia de Ellen G. White, The SDA Bible Commentary, v. 4, p. 1092, 1093; Profetas e Reis, p. 582-592: “Josué e o Anjo”; Parábolas de Jesus, p. 169, 170: “A Fonte do Poder Vencedor”; Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 467-476: “Josué e o Anjo”.

Quando Satanás tenta denegrir os filhos de Deus e arruiná-los, Cristo Se interpõe. Embora tivessem pecado, Cristo tomou sobre Seu próprio ser a culpa de seus pecados. Arrebatou a humanidade como um tição do fogo. Pela natureza humana, Ele está ligado ao homem, enquanto, pela divina, é um com o infinito Deus. É posto auxílio ao alcance das pessoas que estão à beira da morte. O adversário é repreendido... A despeito das faltas do povo de Deus, Cristo não abandona o objeto de Seu cuidado. Tem poder para mudar-lhes as vestes. Remove as vestes imundas, envolve com Seu manto de justiça os crentes e arrependidos, e, junto a seus nomes, escreve nos relatórios do Céu o perdão” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 169, 170).

“Quando o povo de Deus aflige o coração perante Ele, suplicando pureza de coração, é dada a ordem: “Tirai-lhe as vestes sujas”, e são ditas as encorajadoras palavras: “Eis que tenho feito que passe de ti a tua iniquidade, e te vestirei de finos trajes” (Zc 3:4). As vestes imaculadas da justiça de Cristo são postas sobre os tentados, provados e fiéis filhos de Deus. O desprezado remanescente está vestido de vestes gloriosas, para não mais ser aviltado pelas corrupções do mundo” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 591).

Perguntas para reflexão:
1. Pense mais no fato de que foi somente após a troca de roupas que Josué recebeu a ordem de obedecer. Por que é tão importante se lembrar disso? O que isso nos diz sobre a base da nossa salvação? Em contraste com isso, quais são os resultados da salvação? Por que devemos sempre entender a diferença?
2. Pense na boa notícia de que, independentemente de quanto nossas vestes tenham sido sujas, podemos receber roupas totalmente novas. O que isso deveria significar em sua própria vida, em suas atitudes e no seu jeito de ver o mundo?


Respostas sugestivas:
1: Restauração de Jerusalém, reconstrução do templo e prosperidade; arrependimento; Deus restaura.
2: Satanás acusou Josué; ele quer nos afastar da obra de Deus, mas Jesus nos purifica com Seu sangue.
3: Jesus Cristo.
4: Eram roupas impuras; significa que a pessoa estava impura.
5: Josué ficou imundo em seus pecados, Satanás o acusou, o Anjo o perdoou e defendeu, e ele recebeu trajes finos.
6: Deus ordenou que ele fosse obediente, para que pudesse ministrar como sacerdote.
7: Josué foi salvo pela fé na graça, para guardar os mandamentos de Deus, vivendo em novidade de vida.