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terça-feira, 31 de maio de 2011

O retorno

Apesar da história do filho pródigo vir sendo contada por dois mil anos, ela ainda tem muito a nos ensinar sobre como Deus nos salva do pecado.

Como o Pai trata os pecadores (Lc 15:20). O filho parte para uma terra distante, leva uma vida inconsequente e aventureira e desperdiça tudo de valor (literal e simbólico) que possuía. Somente quando ele se confronta com o fracasso e desespero, volta para casa, arrependido e desejoso de fazer qualquer coisa para conquistar novamente o favor de seu pai. No entanto, para sua surpresa e de outros, o pai o recebe em seus braços amorosos e perdoadores, sem perguntas. Nada sobre quantia de tempo, nada sobre quantia de dinheiro e absolutamente nada sobre sua rebelião poderia se interpor no caminho de sua paciência e amor incondicional por seu filho. “Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado” (Lc 15:24). Naturalmente, a impressionante mensagem aqui é que Deus é paciente e piedoso com todos nós, não importa o que tenhamos feito. Ele deseja nos receber em Seus braços amorosos.

A justiça do Pai (Lc 15:22-24). As roupas e o corpo do filho estavam um lixo quando ele voltou para casa – impregnados com a sujeira de seu suor e da imundícia do esterco dos porcos. Ainda assim o pai o abraçou e pediu roupas finas e joias para serem colocadas nele. O estado deplorável do filho representa nossa condição humana antes de irmos a Cristo. Somos pecadores por natureza, então nossos pensamentos, palavras, ações e desejos mancham nossa vida. As vestes do pai representam a pureza e a justiça de Jesus. Vestidos em Sua justiça, somos capazes de estar diante de nosso Criador, Salvador e Senhor. Deveríamos sempre nos lembrar de que não há nada que possamos fazer para receber Seu favor. As roupas limpas, o anel e o par de sapatos “não eram necessidades, mas símbolos especiais de favor. O pai não somente proveu as necessidades de seu filho, mas o honrou, e assim fazendo, deu evidências do amor e alegria que enchiam seu próprio coração” (The SDA Bible Commentary, v. 5, p. 821).

Nossa resposta (Lc 15:28–32). O irmão mais velho “algumas vezes é um oficial na igreja, um líder em grupos de reforma, um ‘cidadão-chave’. Ele pensa, ou pensará, que todas as outras raças são ‘inferiores’. Um homem sem trabalho é simplesmente um imprestável: ‘Eu sempre fui capaz de encontrar trabalho e sempre trabalhei duro.’ Um pródigo como o filho mais novo é apenas um vadio: ‘Na verdade você não pode fazer nada com eles’, ele diz” (The Interpreter’s Bible, v. 8, p. 279).

Como reagimos quando um pecador vem para Deus? Somos como o irmão mais velho? Muitas vezes cristãos maduros pensam que “recém-chegados” não são sinceros. Eles desconfiam dos recém-convertidos e se recusam a abraçá-los. Muitos não acreditam ou aceitam que outros assim como eles próprios precisam ou mesmo merecem a graça salvadora de Deus. Então, eles passam a ser obstáculos para as pessoas na igreja. Ao contrário do irmão do pródigo, precisamos aceitar aqueles que escolhem seguir ao Senhor. Precisamos ajudá-los e fazê-los se sentirem queridos. Quando o filho pródigo retornou ao lar, ele precisava de aceitação, e foi isso o que o pai lhe deu.


O amor que Deus concedeu aos que O amam é hoje, mais do que nunca, necessário no mundo. Muitas pessoas estão diariamente vindo até nós, e nossa reação para com elas determinará se ficarão na casa de Deus ou se retornarão para o país estrangeiro do pecado. Deus deseja que cada um de nós encontre salvação nEle. Ele nos oferece essa salvação e pede que dividamos essa oferta com os outros.

“Força e graça foram providas por meio de Cristo, sendo levadas pelos anjos ministradores a toda alma crente. Ninguém é tão pecaminoso que não possa encontrar força, pureza e justiça em Jesus, que por ele morreu. Cristo está desejoso de tirar-lhes as vestes manchadas e poluídas pelo pecado e vestir-lhes com os trajes brancos da justiça; Ele lhes ordena viver e não morrer” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 53).

Pense nisto

1. O convite para se juntar à família de Deus é estendido a cada um de nós. Como podemos nos assegurar de que estamos dividindo este convite com outros?
2. O filho pródigo teve que remover seus trapos imundos para aceitar o manto que seu pai lhe ofereceu. Que significado tem isso em nossa vida diária?
3. O que o filho pródigo teve que remover de sua vida?
4. Enquanto o pai foi capaz de perdoar o irmão mais novo, parece que o irmão mais velho não o perdoou. Como você acha que essa inabilidade para perdoar afetou a vida dele? Há alguém a quem você precise perdoar, mas não consegue? Como isso está afetando sua vida? Ore a Deus para que Ele lhe dê um espírito amoroso e perdoador.
5.
Lucas 15:20 diz que, mesmo ainda distante de casa, o pai o enxergou. O que isso nos fala sobre o pai e, portanto, sobre Deus?


Mãos à Bíblia

4. Compare a parábola do filho pródigo à da ovelha e da moeda perdidas. Qual é a diferença importante? Lc 15:4-10

A moeda e a ovelha não sabiam que estavam perdidas. Ainda que a ovelha tivesse consciência de estar perdida, não saberia voltar. No caso do filho pródigo, ele se afastou por escolha própria. Ao longo da história da salvação, Deus teve que lidar com os que, tendo luz, propositadamente se afastaram dessa luz e seguiram seu próprio caminho. A boa notícia dessa parábola é que, no caso dessas pessoas, o Senhor ainda estava disposto a restaurá-las à posição que tiveram antes, em Sua família da aliança. Porém, assim como o jovem escolheu sair de casa por sua própria vontade, ele teve que escolher voltar, por si mesmo. Conosco funciona da mesma forma.


Daniel OseweDistrito de Olembo, Quênia

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